Por Niágara Braga

Considerando celular, smartphone, tablet, computador e televisão? Talvez para você seja mais fácil responder quanto tempo NÃO passa em frente a esses aparelhos, certo?

Uma pesquisa conduzida nos EUA (Common Sense Media) em 2017 mostrou que 78% dos adultos de diversas classes socioeconômicas ficam uma média de nove horas e 22 minutos na frente de telas citadas. O estudo também afirmou que a maioria do tempo não corresponde ao trabalho, mas ao lazer. Cerca de oito horas são dedicadas a questões pessoais.

Outro estudo publicado em 2018 pelo periódico médico “The Lancet Child & Adolescent Health”, indica que o tempo máximo de exposição às telas para crianças e adolescentes não deve passar de duas horas diárias, para que não comprometa sua saúde e seu desenvolvimento. Claro, que a tolerância do adulto é maior que a da criança ou do adolescente, mas certamente, um tempo excessivo em frente a esses aparelhos não fazem bem à saúde.


E quem consegue ficar longe?

Se para a grande população os dispositivos eletrônicos se tornaram parte da rotina, para os profissionais da Comunicação essa presença é ainda mais intensa. Nós trabalhamos com o mundo digital e midiático, precisamos estar inseridos, saber tudo o que acontece, as novas tendências de ferramentas, memes, novidades, trending topics, lives, saber quem são os influenciadores do momento, os canais mais acessados, os conteúdos mais consumidos, as breaking news, as manchetes e novos espaços de conteúdo.

Precisamos estar sempre ligados, sempre expostos às telas para conseguirmos acompanhar e nos atualizar.


Mas a que custo?

Por mais que o homem (ironicamente) tente há muito tempo, ainda não conseguiu transformar a sua própria espécie em máquina e nem criar uma máquina com plena cognição humana.

Não somos máquinas, ainda que nos exijamos agir com a mesma velocidade da nossa banda larga ou estar em vários lugares ao mesmo tempo, com várias janelas abertas e até esquecidas em nossa cabeça.

E como humanos, toda essa autocobrança gera muitos malefícios, como a ansiedade intensa, por exemplo.

Não, nem nós, profissionais da Comunicação, nem o restante do mundo, vai conseguir se livrar das telas. E, que bom, não é? Afinal, quantos benefícios elas nos trazem? Tanto para o nosso trabalho quanto para o lazer.

O que precisamos, assim como em diversos outros aspectos de nossas vidas, é encontrar o equilíbrio. Saber dar limite ao tempo dedicado às tecnologias, respeitar o nosso corpo e a nossa mente e não se culpar por não estar 100% online.

Mas conseguir estabelecer limites não é fácil, por isso que estamos tendo essa conversa, certo? Então, nós trazemos algumas dicas práticas que podem ajudar você a se relacionar de forma saudável com as telas:


Tempo de trabalho x tempo de lazer – Primeiramente, é necessário separar o seu tempo de trabalho com o tempo de lazer. Claro que, se tratando da área de Comunicação, é mais difícil limitar o horário de trabalho. Porque às vezes precisamos atender demandas fora do horário de expediente. Mas precisamos fazer com que esses casos sejam exceção e não regra. 


Organize seu tempo – Para evitar a ansiedade de estar longe das telas, uma dica é organizar o tempo. Quando elencamos horários e momentos para cada atividade, considerando um tempo determinado para os dispositivos, nós conseguimos controlar quanto tempo passamos expostos às telas e, ao mesmo tempo, nos tranquilizamos em saber que temos um tempo dedicado a elas. Também tornamos nosso dia mais produtivo e satisfatório.


Busque lazer offline – Quando se trata de trabalho é mais difícil escolher pelo modo offline, mas nos momentos de lazer, temos uma infinidade de opções tão mais saudáveis e tanto satisfatórias quanto assistir um streaming, vídeos do Youtube ou procrastinar rolando o feed. Agora, durante a quarentena, se reduziram as opções, mas ainda podemos optar por ler livros, apreciar uma boa música, cozinhar, fazer atividades em família (jogos, brincadeiras, conversar), escrever, olhar álbuns antigos de fotografia, arrumar nosso guarda-roupa e selecionar peças para doação, entre outras opções.


Não se culpe – Tente não se culpar por não estar 100% online. Lembre-se que você não precisa viver nos tempos das máquinas e nem ser onipresente como a internet, você é humano. E, nem por isso, você é menos competente, dedicado ao trabalho e comprometido. Você precisa se respeitar, manter sua mente saudável, para que também consiga desempenhar suas funções profissionais da melhor forma.


E aí, curtiu o conteúdo? Vamos continuar conversando? Conta para a gente lá no nosso instagram @usinadenoticias quanto tempo você costuma passar em frente às telas e como se sente em relação a isso.

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